domingo, 15 de dezembro de 2013

Didática

O vocábulo Didática deriva da expressão grega 'techné didaque', que se traduz por arte ou técnica de ensinar.

Aprendizagem significativa crítica


MOREIRA (2000) elenca seis princípios facilitadores da aprendizagem significativa crítica:
Perguntas ao invés de respostas (estimular o questionamento ao invés de dar respostas prontas);
Diversidade de materiais (abandono do manual único);
Aprendizagem pelo erro (é normal errar; aprende-se corrigindo os erros);
Aluno como perceptor representador (o aluno representa tudo o que percebe);
Consciência semântica (o significado está nas pessoas, não nas palavras);
Incerteza do conhecimento (o conhecimento humano é incerto, evolutivo);
Desaprendizagem (às vezes o conhecimento prévio funciona como obstáculo
epistemológico);
Conhecimento como linguagem (tudo o que chamamos de conhecimento é linguagem);
Diversidade de estratégias (abandono do quadro-de-giz).

Fonte: http://www.if.ufrgs.br/~moreira/visaoclasicavisaocritica.pdf


Dez mitos a cerca do ensino e da aprendizagem da matemática


Construções falsas em ciência podem ser substituídas por proposições verdadeiras.
A matemática esta no universo, independentemente da humanidade.
Matemática diz respeito a números e contas.
Matemática não é piolho que dá na cabeça de todo mundo.
A competência matemática está comprometida em crianças com afecções neurológicas.
Na aprendizagem da matemática, primeiro vem o concreto, depois o abstrato.
A aritmética vem necessariamente antes da álgebra.
O gênero é uma variável sem valor na explicação das diferenças de desempenho em matemática.
A afetividade é uma variável sem valor na explicação das dificuldades da aprendizagem em matemática.
Em matemática, o conhecimento prático é hierarquicamente inferior ao conceitual.
Fonte: http://www.sbem.com.br/files/ix_enem/Html/palestra.html

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Matemática discreta

TIPOS DE VARIÁVEIS

Como o nome diz, seus valores, variam de elemento para elemento. As variáveis podem ter valores numéricos ou não numéricos.

Variáveis discretas

Características mensuráveis, que podem assumir apenas um número finito ou infinito contável de valores e, assim, somente fazem sentido valores inteiros. Geralmente são o resultado de contagem. Exemplos: número de filhos, número de bactérias por litro de leite.

Variáveis contínuas

Características mensuráveis, que assumem valores em uma escala contínua (na reta real), para quais valores fracionais fazem sentido.Usualmente devem ser medidas através de algum instrumento. Exemplo: peso(balança), altura (régua), tempo (relógio), pressão arterial, idade.

PROPORCIONALIDADE

Grandezas proporcionais
Grandezas diretamente proporcionais
São grandezas diretamente proporcionais, quando a variação de uma, implica na variação ou mudança da outra, na mesma proporção, mesma direção e mesmo sentido.
Grandezas inversamente proporcionais
São grandezas inversamente proporcionais, quando a variação de uma, implica na variação ou mudança da outra, na mesma proporção, mas com direção e sentido contrários.

NOÇÕES DE ESTATÍSTICA
MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL
a) Média aritmética
É uma  medida de tendência que se aplica somente a variáveis numéricas.
Se as observações são x1+x2+,...,xn, a média aritmética é dada por x = x1+x2+,...,xn/n

b) Mediana
Chama-se de mediana de uma lista de valores ao valor que tem a seguinte propriedade: metade das observações são maiores ou iguais e a outra metade menores ou iguais a este valor. A mediana é o valor central entre os observados.
Por exemplo se há um número par de observações (40), há duas observações centrais, correspondentes às posições 20 e 21, respectivamente iguais a 7,3 e 7,4. A mediana, neste caso, é usualmente definida como a média aritmética deste valores, que é igual a 7,35.

c) Moda
Chamamos de moda o valor mais frequentemente observado de uma variável.
Exemplo: Num conjunto de notas de um curso a moda é 8 (com 4 ocorrências), isto significa que a nota 8, foi alcançada por 4 alunos do curso em questão.

ANÁLISE COMBINATÓRIA

O princípio fundamental da contagem diz que se há x modos de tomar uma decisão D1 e, tomada a decisão D1, há y modos de tomar a decisão D2, então o número de modos de tomar sucessivamente as decisões De Dé xy.
Exemplo:
1) Com 5 homens e 5 mulheres, de quantos modos se pode formar um casal?
               D1: Escolha do homem (5 modos).
               D2: Escolha da mulher (5 modos).
Há 5x5=25 modos de formar um casal.
2) Num restaurante há 2 tipos de saladas, 3 tipos de pratos quentes e 3 tipos de sobremesa. Quantas são as possibilidades que temos para fazer uma refeição com 1 salada, 1 prato quente e 1 sobremesa?
Como temos 2 escolhas para saladas, 3 escolhas de pratos e 3 escolhas de sobremesa:
Pelo princípio fundamental da contagem: 2.3.3 = 18 possibilidades.

3) Quantos números de 3 algarismos podemos formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6?
___6___    ___6___   ___6___ Pelo PFC: 6.6.6 = 216
centena       dezena      unidade
Como temos 6 algarismos, há 6 possibilidades para preencher a coluna das centenas, 6 possibilidades para preencher a coluna das dezenas e 6 possibilidades para preencher a coluna das unidades, pois um mesmo número pode aparecer mais de uma vez no mesmo número.

4) Quantos números de 3 algarismos DISTINTOS podemos formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6?
Como os números devem ser diferentes, há 6 possibilidades para a centena, 5 possibilidades para a dezena e 4 possibilidades para a unidade.
___6___   ___5___   __4__
Pelo PFC: 6.5.4 =120 possibilidades.

5) Com os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7:
 a)  Quantos números de 3 algarismos podemos formar?
__7__   __8__   __8__
O zero  não é permitido. Pelo PFC: 7.8.8 =448
 b) Quantos números de 3 algarismos DISTINTOS podemos formar?
__7__   __7__   __6__
Como o zero não é permitido e como não pode haver repetição pelo PFC, temos: 7.7.6=294 possibilidades.
6) Existem 2 vias de locomoção de uma cidade A para uma cidade B e 3 vias de locomoção da cidade B e uma cidade C. De quantas maneiras pode-se ir de A a C, passando por B?
Pelo PFC: 2.3= 6 maneiras para irmos de A a C passando por B.
7) De quantas maneiras distintas pode-se vestir uma pessoa que tenha 5 camisas, 3 calças, 2 pares de meias e 2 pares de sapato?
8) Ao lançarmos sucessivamente 3 moedas, quantas e quais são as possibilidades de resultado?
AAA    AAB    ABA   BAA   ABB   BBB   BBA   BAB
Temos 8 possibilidades.

9) Quantos números de 2 algarismos podemos formar sabendo que o algarismo das dezenas é múltiplo de 2 e o algarismo das unidades é múltiplo de 3?
Algarismos das dezenas: 2, 4, 6 e 8
Algarismos das unidades: 0,3, 6 e 9
Como os algarismos das dezenas são em número de 4 e os algarismos das unidades, também são em número de 4, então: pelo PFC, temos 4.4=16 possibilidades.

 FATORIAL(n!)

n! é: "n fatorial";
n! é o produto de todos os números naturais de 1 até n;
n! = n . (n-1).(n-2).,...,1
pela definição: 0!=1 e 1!=1.
Exemplos:
a) 2! = 2.1 = 2
b) 5! = 5.4.3.2.1=120

PERMUTAÇÃO SIMPLES

Permutação simples de n elementos distintos é qualquer grupo ordenado desses n elementos.
Pn = n!, ou seja, Pn = n . (n-1).(n-2).,...,1
Exemplos:
1. Calcular o número de anagramas da palavra LÁPIS.
Como a palavra LÁPIS possui 5 letras, basta calcular:
P5 = 5! = 5.4.3.2.1= 120
2. Quantos números de 3 algarismos (sem repeti-los) podemos formar com os algarismos 1, 2 e 3?
Por tentativa: 123  132  321   213   312   231
Pelo PFC: 1. 2 . 3 = 6 possibilidades.
3. Responda:
a) Quantos são os anagramas da palavra PERDÃO?
     Basta calcular P6 = 6! = 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 720
b) Quantos são os anagramas da palavra PERDÃO que iniciam com P e terminam por O?
    Fazemos: P _ _ _ _ O
    Permuta-se as 4 letras não fixas, ou seja, calcule P4:
    P4 = 4! = 4 . 3 . 2 . 1 = 24
c) Quantos são os anagramas da palavra PERDÃO em que as letras A e O aparecem juntas e nessa ordem (ÃO)?
   Nesse caso é como se a expressão ÂO fosse uma só letra; assim temos que calcular P5.
   P5 = 5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120
d) Quantos são os anagramas da palavra PERDÃO em que P e O aparecem nos extremos?
    P_ _ _ _O
    O_ _ _ _P
Observamos que temos 4 letras não fixas, então 2P4=2 . 4! = 48 anagramas.

ARRANJO SIMPLES

   Chamam-se arranjos simples todos os agrupamentos simples de p elementos que podemos formar com n elementos distintos. Cada um desses agrupamentos se diferencia de outro pela ordem ou natureza de seus elementos.
Notação: An,p
Exemplo:
Uma escola possui 18 professores. Entre eles, serão escolhidos: um diretor, um vice-diretor e um coordenador pedagógico. Quantas são as possibilidades de escolha?
Os agrupamentos são arranjos simples, pois 2 deles se distinguem por terem algum professor diferente ou por terem as mesmas pessoas mas em cargos diferentes.
Fórmula dos arranjos simples
An,p = n! / (n-p)!
Exemplos:
1. Quantos números de dois algarismos diferentes podemos escrever com os algarismos 1,2,3,4,5,6,7,8 e 9?
Temos 9  elementos para serem arranjados 2 a 2, logo:
A9,2=9! / (9-2)! = 9!/7! = 72
Portanto, existem 72 números de dois algarismos diferentes que podem ser escritos com os algarismos de 1 a 9.

COMBINAÇÕES SIMPLES

Nesse caso, a ordem em que os elementos aparecem não importa, por exemplo:
Ane, Elisa, Rosana, Felipe e Gustavo formam uma equipe. Dois deles precisam representar a equipe em uma apresentação. Quais e quantas são as possibilidades?
Quais, podem ser as duplas? AE  AR  AF  AG  ER  EF  EG  RF  RG  FG
Quantas são as possibilidades: a esses subconjuntos chamamos de combinações simples de 5 elementos tomados com 2 elementos e escrevemos: C5, 2 = 10
Fórmula das combinações simples
Exemplos:
1. Uma equipe de corrida de aventura é composta por quatro membros, sendo um deles obrigatoriamente mulher. Dez pessoas foram convidadas a partir da seleção da equipe, das quais 4 são mulheres. Quantas equipes diferentes podemos formar  com esse grupo?
C10,4 = (10!) / 4!(10-4)! = (10!) / 4!6! = 10.9.8.7.6!/4!6! = 10.9.8.7/4.3.2.1 = 5040/24 = 210 é o total de equipes a serem formadas.
Formando 4 equipes, cada uma, com uma mulher, restam 6 homens, para formar mais equipes, portanto, devemos retirar do total de equipes, as equipes formadas somente por homens, para tal, por combinação, calculamos o número de equipes formada somente por homens:
C6,4= 6! / 4!(6-4)! = 6! / 4!2! = 6.5!/2! = 30/2=15 equipes formadas por homens.
Resposta: 210 - 15 = 195 equipes.

PROBABILIDADE

   Há certos fenômenos (ou experimentos) que, embora sejam repetidos muitas vezes e sob condições idênticas, não apresentam os mesmos resultados. Aos fenômenos (ou experimentos) desse tipo damos o nome de fenômenos aleatórios (ou casuais).
   Pelo fato de não sabermos o resultado exato de um fenômeno aleatório é que buscamos os resultados prováveis, as chances, as probabilidades de um determinado resultado ocorrer.
   Em um experimento (ou fenômeno) aleatório, o conjunto formado por todos os resultados possíveis é chamado espaço amostral. Qualquer subconjunto do espaço amostral é chamado de evento.
Exemplos:
1. Lançamento de um dado e registro do resultado.
Como um dado possuí 6 faces, temos: {1,2,3,4,5,6}
Subconjunto: {1,3,5}, "números ímpares no lançamento de um dado."
Espaço amostral: {1,2,3,4,5,6}
Evento A:{1,3,5}
Cálculo de probabilidades
p(A) = (número de elementos do evento)/(número de elementos do espaço amostral)

Função afim

Uma função f:|R-->|R chama-se função afim quando existem dois números reais a e b tais que f(x)=ax+b, para todo x que pertence a |R.
Exemplos:
f(x) = 2x + 1
f(x)=-x + 4

CASOS PARTICULARES

1ª) Função identidade, é definida por f(x)=x. Exemplo: a=1 e b=0
2ª) Função linear, é definida por f(x)=ax. Exemplo: f(x)=-2x
3ª) Função constante, é definida por f(x)=b. Exemplo: f(x)=3, para a=0.
4º) Translação, é definida por f(x)= x + b para todo x pertencente ao |R e b sendo diferente de zero.Exemplo: x+2, para a=1.

RAIZ OU ZERO DA FUNÇÃO AFIM

     O valor de x para o qual a função f(x)=ax+b se anula, ou seja, para o qual f(x)=0, denomina-se raiz (ou zero) da função afim.
     Para determinar a raiz da função afim basta resolver a equação ax+b=0.
Exemplos:
1) a raiz da função f(x) = 2x + 5 é -5/2.

Interpretação geométrica

    Geometricamente, a raiz da função afim f(x)=ax+b é a abscissa do ponto de intersecção do gráfico da função com o eixo x.
    Pelo exemplo: f(x)=2x-5, temos:
    2x-5=0 --> 2x-5+5=0+5 --> 2x = 5 --> 2x/2 = 5/2 --> x = 5/2 (raiz da função)

Taxa de variação ou taxa de crescimento de uma função afim

      Dados x ∈ |R e x+h, com h≠0, o número a dado por:
    
é chamado de taxa de variação (ou de crescimento) da função f(x)=ax+b no intervalo [x, x+h].
Exercício:
1. Um motorista de táxi cobra R$ 3,20 de bandeirada mais R$ 0,80 por quilômetro rodado. Sabendo que o preço a pagar é dado em função do número x de quilômetros rodados. Responda:
a) Qual é a lei da função afim representada por essa situação?
    f(x)= 0,80x + 3,20
b) Qual é a sua taxa de variação?
    f(x+h) = 0,80(x+h)+3,20 = 0,80x+0,80h+3,20 --> f(x+h)-f(x) = 0,80x+0,80h+3,20-0,80x -3,20-->
    f(x+h)-f(x) = 0,80h, logo a taxa de variação é =0,80h/h = 0,80.